Cavaco ficou intimidado com perigosos manifestantes de uma
escola secundária. Miúdos até aos 15 anos, o terror de qualquer político que
até foi professor, mas universitário. A desculpa oficial, foi que ficou
impedido por um impedimento. Assim mesmo, como aquelas subidas que sobem para
cima ou quando se entra para dentro.
Quem não entrou para dentro foi Passos Coelho, no dia da
Greve Geral, no Porto. O ilustre primeiro preferiu a porta do cavalo para fugir
aos manifestantes que o esperavam. É sempre melhor quando falamos com aqueles
que devemos representar pela televisão ou pela rádio, sem direito a
contraditório.
Fugiu, o piegas. Teve medo de dar a cara perante aqueles que
contestam o caminho de pobreza que nos pretendem impingir como inevitável, ao
mesmo tempo que arranjam lugares de relevo para amigos e compadres, com cortes
que mais parecem arranhões para quem ganha milhares de euros.
Segue a luta, que é dura e, muitas vezes, poluída por opiniões
de quem tem mais umbigo do que olhos para encararem a realidade com que
(sobre)vivem milhões de portugueses.
*originalmente publicado na edição de Abril do Notícias de Matosinhos