Pronto, passou uma semana após o acordo entre professores e Governo. Uma semana parece-me tempo mais que suficiente para que tudo o que se disse durante todo o processo seja pesado e avaliado. De todos os ataques miseráveis aos sindicatos e sindicalistas, com o endeusamento de uma ministra que nem o PS quis, como se viu, recordo-me de alguém que se fartou de malhar nos sindicatos e no Mário Nogueira.
O director da TSF, Paulo
Baldaia, caiu no ridículo de ser mais
socratista que Sócrates e, depois do que disse na rádio que dirige, na
Sic Notícias, na
RTPN e no
JN, esqueceu-se de tudo como se nada tivesse dito. O artigo de opinião "
Nogueira com sabor a eucalipto", publicado no auge da luta dos professores - que desapareceu, por mistério, do site do
JN -, não era mais que um ataque pessoal ao secretário-geral da
FENPROF.
O acordo da passada semana provou que, afinal, o defeito não estava nos sindicalistas, mas sim na
intransigência de uma ministra sem as mínimas condições para estar na política, muito menos num Governo - mas que lá arranjou um
job foir the girl na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Provou ainda que vale sempre a pena lutar, quando a luta é justa.
Voltando ao que interessa; como o acordo foi conseguido há uma semana e o director da TSF escreve aos sábados no
JN, achei que o assunto do texto, seria, obviamente, sobre uma matéria que defendeu com tanto afinco. Assim, quando abri o jornal, no sábado, e li o título desta crónica, "
Afinal, enganei-me", fiquei contente. Nem tudo estaria perdido.
Mas sou um ingénuo. Admito-o sem problemas. Afinal, eu também me enganei sobre o engano do Paulo
Baldaia. E o assunto fica assim encerrado, como ficam muitos outros. Não sei se será defeito dos tempos em que vivemos. É, de certeza, defeito das pessoas que temos.