O Partido Nova Democracia, de Manuel Monteiro, está com vida difícil. Não conseguiu qualquer dos objectivos: fazer frente ao PP, aproveitar margens de descontentes do PSD e abarcar novos militantes, até então afastados da vida política.
O partido continuou a viver da imagem do seu líder, com aparições esporádicas e, na maioria das vezes, inconsequentes. Redundou num enorme falhanço, não conseguindo chamar a si o elevado número de descontentes com Ribeiro e Castro e os indiferentes do PSD à actuação de Marques Mendes.
Mas o grande culpado da crise do PND é o Partido Socialista. Com o engenheiro Sócrates à cabeça, a direita, em geral, não tem espaço como oposição e, por outro lado, não quer admitir que o actual Governo está a fazer exactamente o que a direita faria se estivesse no poder.
A direita vive agora, em Portugal, um período semelhante ao vivido pelos partidos de esquerda logo após o 25 de Abril, quando havia muitos partidos de esquerda.
Há direita a mais. Temos o PS, o PSD, o PP, o PND e os fascistas - pelo menos os mais claramente fascistas - do PNR.
Ofertas a mais para eleitorado a menos.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
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