Passou de moda a discussão sobre a liberdade dos media e a manipulação a que estão sujeitos. Temos férias, Verão, crimes e a comissão de inquérito ao caso PT-TVI deu em coisa nenhuma. Continuo a defender que o que sempre esteve em causa não é a liberdade de expressão, mas antes as liberdades de informar e de ser informado.
Hoje, o Público faz manchete com os nossos empresários, coitadinhos, que não aproveitam as facilidades do código laboral para despedir. O Público ajuda estes inocentes uma semana depois de Portugal ficar a conhecer uma taxa de desemprego - oficial - que está perto dos 11%. Sem contar com os milhares que vão desaparecendo dos ficheiros do IEFP.
Esta notícia do Público é tudo menos inocente - em época de crise, a flexibilização laboral vem sempre à baila - e o futuro provará que este tipo de peças encomendadas renderá cada vez menos dividendos aos media mainstream. Porque se há uns anos era preciso ir ao arquivo em papel para encontrar o Teixeira dos Santos a dizer o mesmo, hoje basta um clique, ou dois, pronto, do novo menino d'oiro da Comunicação Social, Pedro Passos-Coelho.
Não sou dos que defende que a era dos computadores acabará com os jornais diários em papel - dizia-se o mesmo sobre os gratuitos e ainda na semana passada fechou um. Terão sempre um leitor, pelo menos, que sou eu. Que gosto de os sentir e de os cheirar. Mas terão de defender a sua credibilidade. E os meios de informação alternativos, sejam sites, blogues ou redes sociais ajudam a desmontar agendas e interesses mais ou menos escondidos que só enganam os incautos. A minha geração, como as que se seguirão, só não será mais e melhor informada se não quiser. E os jornais têm de estar cada vez mais atentos a isto.
Há, no entanto, um lado positivo: A manchete de hoje, no Público, não descredibiliza o jornalismo, antes pelo contrário ajuda a distinguir o que é informação daquilo que, há uns anos, se chamava broche.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
segunda-feira, julho 05, 2010
Linda Lovelace, desta vez em forma de manchete
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1 comentário:
Ora viva.
Isto do dá para aqui, recebes de acolá, não me cheira a coisa boa, a não ser para alguns, senão vejamos:
Dos 664.500€ que tinham sido avaliados, pela Comissão de Avaliação da Câmara Municipal, e aprovados em Assembleia Municipal, que era o valor do terreno, não seria melhor fazer lá o parque público e pegar no dinheiro e arranjar o gimnodesportivo da Senhora da Hora, que já tem actividade, e, é um edifício público e camarário? Matosinhos só ganharia com isso, e a Senhora da Hora também. Mas já estou a ver o "filme", na próxima campanha, já está garantido o apoio do jornal do Sr. Belmiro, ao Sr. Guilherme Pinto, para não andar a dizer mal deste, assim é que é, e, assim vai a política deste país.
Já agora me desculpe mas vou citar um verso de António Aleixo, que não foi dedicado para um fim como este, mas dá para fazer uma interpretação ao caso:
Mas quem, como eu, o conhece,
Sabe que ele infelizmente,
Por Dentro é muito diferente
Do que por fora parece.
Um abraço,
Um Matosinhense atento
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