Já é sabido que, fora da linha de mar, Leça da Palmeira sempre foi uma freguesia que funciona a carvão, mesmo estando nós já na era da fibra óptica. Para os mais desatentos, Leça da Palmeira foi, das 10 freguesias que compõem o concelho de Matosinhos, a última a ter habitação social, pavilhão municipal e quer-me parecer que, tão cedo, não terá uma piscina municipal, já que, no local onde estava prevista a sua construção está a ser erguida uma nova bancada em torno do complexo desportivo da Bataria.
Há muita Leça por descobrir por parte do poder local. Mormente entre a Exponor e o Monte Espinho, ali mesmo, na fronteira com Perafita. O Bairro da Bataria é só mais um exemplo disso. Foi construído sem passeios, porque fora do centro da cidade e dos condomínios fechados a malta não precisa de passeios, tem há anos um parque infantil que não pode ser utilizado por falta de condições de segurança e vive paredes meias com um depósito de carvão a céu aberto. Isto sem referir os falecidos, mas não enterrados, armazéns da Nobre, que convidam à entrada de quem lá passa, seja para matar o vício, seja para vendê-lo. Não havia passadeiras, que foram pintadas à pressa num final de tarde, véspera de uma manhã em que a CDU de Leça da Palmeira levaria a cabo a sua pintura simbólica. Até hoje, as ditas passadeiras continuam sem sinalização vertical que as anuncie.
Também a zona de Gonçalves é uma parte esquecida, salvo os 100 metros de alcatrão que levam à nova loja da Megasport. Gonçalves é a zona onde está o Centro Hípico, que continua em obras de melhoramento. Por trás dele está Gonçalves, que vive com o cheiro a merda dos cavalos e onde, não há muito tempo, um dos moradores dizia que "estão mais preocupados com os cavalos do que com as pessoas". Gonçalves também sobrevive sem passeios, separado por paralelo e alcatrão, mandado colocar à pressa, também em vésperas de uma visita da CDU.
Leça da Palmeira continua a duas velocidades. A da fibra óptica ao centro, com o norte a carvão.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
sexta-feira, setembro 10, 2010
Leça da Palmeira, uma Freguesia a carvão
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