Ontem, digam os jornais o que disserem, a população não respondeu da forma que toda a gente esperava. Se estiveram entre 250 a 300 pessoas, foi muito. Talvez no jantar da noite, no restaurante Rochedo, tenha estado mais gente - nem sei se teve lugar, confesso - e não podemos esquecer que seria o jantar o "primeiro momento de luta contra a extinção da Freguesia".
Felizmente, depois de surgir o Movimento Por Leça, a Junta decidiu andar da perna e correr atrás do prejuízo, organizando uma série de iniciativas, algumas sobrepostas a outras já agendadas pelo Movimento. Ontem, falei em nome do Movimento, deixando passar ao lado a questão da moção reprovada pelo PS, PSD e CDS contra a extinção de freguesias, apresentada pela CDU na Assembleia Munucipal.
O Movimento surgiu com um propósito agregador, sem pretender retirar quaisquer dividendos políticos. E é assim que deve manter-se. Por isso, custa-me estar ao lado de quem apregoa a união, o espírito agregador e apressa-se, quando tem palco, em atirar na direcção da oposição, no caso o PSD, apesar de dizer, ao mesmo tempo, que esta não é uma luta partidária.
Não, não estou a defender o PSD, estou só a defender Leça da Palmeira. Para mim, o estado decadente a que o Poder Local chegou deve-se tanto ao PS como ao PSD. E, para quem não sabe, sou militante do Partido Comunista Português, nunca o escondi.
Mas o espírito de união não será construído com declarações como esta: «A nossa primeira grande acção é já no dia 4 de Novembro, com uma assembleia de freguesia extraordinária, onde vamos tentar envolver todos os partidos porque infelizmente, até à data, o PSD local não tem comparecido a nenhuma das nossas iniciativas, por isso achamos que chegou à altura do PSD, publicamente, deixar de enterrar a cabeça na areia, deixar de ser conivente com este Governo, esquecer os interesses partidários e olhar para o interesse comum, que é o interesse da freguesia”, criticou».
Sejamos claros e objectivos e recordemos, então, que esta medida já estava ser preparada pelo PS quando o Governo de Sócrates caiu, pela mão de Teixeira dos Santos.
Não é disto, neste momento, que Leça da Palmeira precisa. A avaliação e o comportamento político de todos os partidos deverá ser remetida para mais tarde, quando tivermos ganho esta batalha e Leça da Palmeira continuar a ser freguesia. Isto não é unir. É comprar guerras partidárias em lugar de centrar-se no essencial. E, por muito grande que seja o ego de alguns, o que interessa é Leça da Palmeira.
O presidente da Junta sabe que tenho legitimidade de perguntar-lhe, também, por que é que a delegação da Junta que deveria estar presente em frente à Câmara Municipal de Matosinhos, no dia da concentração organizada pelo Movimento, não apareceu. Ou antes, apareceu, mas já estava na sala onde a delegação do MPL viria a ser recebida pelo vereador Correia Pinto. Posso perguntar, também, se o presidente apenas não quis colar a Junta (PS) a uma concentração em frente a uma Câmara PS. Se não foi também uma questão de interesses partidários que levou o MPL a esperar por uma delegação da junta que nunca chegou - ou antes, que chegou bem antes de todos.
Obviamente, isto é um desabafo pessoal e não vincula o Movimento. E, caso assim entendam os membros do MPL e a sua Comissão Coordenadora, estou disponível para abandoná-la, continuando a desenvolver todos os esforços em prol de Leça da Palmeira enquanto Freguesia, independentemente da avaliação que faço de quem a dirige. Foi sempre o meu propósito, como, acredito, seja o de todos os membros do MPL.
SOMOS LEÇA!