sexta-feira, março 28, 2008

Expresso rosa, mas não Rosa

Caro camarada

A Autoridade da Concorrência divulgou no dia 25.3.2008 uma informação, que depois foi também divulgada pelos órgãos de informação, de que os preços dos combustíveis têm aumentado em Portugal mais do que em muitos países da União Europeia.

No entanto, nada tem feito para por cobro a uma situação a que uma associação patronal do sector já classificou como especulativa. O aumento frequente dos preços dos combustíveis, maior do que nos países daU.E., que se tem verificado no nosso País perante a passividade, para não dizer mesmo a conivência, do governo e daquela autoridade, está, por um lado, a permitir que as petrolíferas acumulem elevados lucros e, por outro lado, a agravar as condições de vida nomeadamente dos trabalhadores, já que determinam o aumento generalizado dos preços de muitos bens e serviços, de que são exemplo os transportes.

Esta situação não tem qualquer justificação pois, como provo no estudo que envio, o preço do barril de petróleo tem aumentado muito menos do que os preços dos combustíveis, não podendo o aumento do preço do petróleo ser utilizado, como fazem as petrolíferas, como justificação para aumentar os preços da forma como têm feito em Portugal.


Espero que este estudo possa ser útil
Com consideração
Eugénio Rosa
Economista

NOTA: Alguns leitores destes estudos têm-me perguntado se os podem divulgar pelos amigos e conhecidos. A resposta é naturalmente afirmativa, pois o objectivo fundamental da sua elaboração é precisamente isso: que possam ser úteis ao maior numero de portugueses, não como verdades feitas, mas como contributos para a criação de um pensamento económico alternativo ao pensamento económico de cariz neoliberal dominante.

E isto só pode ser conseguido com a participação activa de muitos, uns elaborando, outros divulgando, mas todos lendo e criticando. E isto porque o controlo dos grandes órgãos de informação pelo poder económico e politico é cada vez maior e mais visível. Dou um exemplo que aconteceu recentemente comigo.

Numa conversa "amável" que tive com o dr. Nicolau dos Santos, que é o responsável da página de Economia do Expresso, em que critiquei este semanário por estar totalmente dominado pelo pensamento económico neoliberal e ser cada vez um porta-voz dos interesses dos grandes grupos económicos e das suas rivalidades, ele respondeu-me que se enviasse um pequeno artigo por mês no máximo com 3000 caracteres que o publicaria.

O primeiro com o título "Um olhar diferente sobre o Orçamento do Estado de 2008" passou na censura do jornal, mas o 2º com o título "O Programa de Estabilidade e Crescimento 2007-2011, ou a negação da ciência económica" já não passou e nunca foi publicado.

1 comentário:

filipe guerra disse...

caro RMS,
Não resisti, levei esta peça para o meu blog. Está muito bom.
Poder económico - Comunicação Social-
Um abraço