E despedimentos? E o desemprego já existente? E o trabalho precário? Nada? Ok...
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
sexta-feira, janeiro 30, 2009
Aaaaaahhhhh, então é isso!
E despedimentos? E o desemprego já existente? E o trabalho precário? Nada? Ok...
O Estudo que já deu o que tinha a dar - Eu falei com a OCDE
"I'd like to know if the OECD presented, during this week, any study related to the Portuguese educational system".
A resposta chega passado algum tempo:
"Thank you for your request. You can access information on this report on ourwebsite: click on http://www.oecd.org/document/57/0,3343,en_2649_39263231_4
2065529_1_1_1_1,00.html
best wishes"
O link remete para um texto cujo título é "Portuguese primary school reforms bearing fruit, says independent report", cuja tradução para português surge através de uma ligação ao site do Ministério da Educação. Tendo em conta a polémica, não respondia à minha pergunta, por isso, voltei a questionar:
"Thank you for your quick answer. What I intend to ask was if the report was made by OECD or if it is independent study..."
E a resposta surge seca e directa:
"It is an OECD report."
E a pergunta, minha, é a óbvia:
«Then why is written "A report by independent experts on Portugal's primary school"? (quote)»
A resposta não chegou pela mesma fonte, que me deixou a falar para o boneco...
Hoje, voltei a receber um email, mas de outra menina, que me respondeu o seguinte:
Thank you for your enquiry about the report released in Lisbon earlier this week, Policy Measures Implemented in the First Cycle of Compulsory Education in Portugal. This study was carried out by independent experts who were directly commissioned to carry out this work by the Portuguese Ministry of Education. The study was led by Dr. Peter Matthews, Visiting Professor at the Institute of Education, University of London and international consultant in the area of education. Peter Matthews has worked as a consultant for the OECD on other occasions and for this exercise his team chose to use an approach very similar to the one that OECD has used in assessing education policies over a number of years.
Although the OECD had no input into the contents of the report, which remain the responsibility of the authors themselves, it was invited by the Portuguese authorities to write the foreword, a task we were happy to accept after reading the report. The OECD also agreed to participate in the event to launch the report with a discussion of the issues raised in the report. External and independent assessments by experts are a valuable input to inform policy debates and assist with the design and implementation of policies. They can provide useful insights for policy development. The recommendations of the independent experts in this report are thoughtful and constructive and on that basis, they merit the full consideration of Portuguese education stakeholders in the pursuit of better education for all in Portugal. (...)
Na despedida:
Thank for your aswer.
Please consider only one sugestion:
I sent the same email message to webmaster@oecd.org, where it was said (quote): 29 de janeiro de 2009
RE: Study on the Portuguese educational systemoecd.org29 jan
"It is an OECD report"
Said this, regarding the importance of OECD and furthermore its credibility, I humbly sugest the communication policy should be centered in a single Office, to avoid cases like the one I mentioned above.
Resposta:
Thanks for pointing this out to me. Sorry that there was this confusion.
Estamos esclarecidos?
quinta-feira, janeiro 29, 2009
Recordar é viver
"Aqui no Porto, o insulto assume uma beleza democrática considerável. Qualquer gajo que não abrande num sinal de aproximação de estrada com prioridade é um filho da puta; se conduzir um topo de gama ainda melhor, porque é um chulo filho da puta, cujo pai é o tio.
Levamos tudo isto no melhor espírito democrático. Nuns dias são eles os filhos da puta, no dia seguinte sou eu. Acho que aqui ganhamos fígados para aguentar estas coisas.Eu já insultei tantas vezes tanta gente, até a mim, que não há texto legível que aguente tanto palavrão e tantos destinatários. Mas também já fui insultado. Também insultei enquanto manifestante, mas também já fui insultado enquanto manifestante.
Também já insultei figuras públicas, desde políticos, artistas, actores, actrizes, futebolistas, escritores, comentadores, tudo. Mas mesmo tudo. E não me considero por isso menos democrata.Pode ser difícil de perceber, mas, mesmo assim, tenho respeito pelas instituições e pelas pessoas. O insulto é quase uma interjeição, ainda mais numa manifestação, seja ela política, desportiva, tantas..."
Evidências
Pessoalmente, acho que isto tem tudo a ver com o Miguel Veloso e a possível ida para o Bolton. Se eu fosse inglês e um clube português quisesse impingir o Miguel Veloso a um clube do meu país, eu também retaliava de todas as formas possíveis...
quarta-feira, janeiro 28, 2009
Dos Beijinhos* I
Não sei se é do frio, mas tenho ouvido muito nas rádios aquela música dos Pólo Norte ali em cima. Trouxe-me à memória os dias em que ia para a Praia dos Beijinhos*, em Leça da Palmeira, juntamente com uma dúzia de amigos.
Eu, de cabelo comprido e viola às costas, lá ia. A camisola do Che dava aquele ar de artista - eu, que sem saber desenhar, pintar ou esculpir, estive no agrupamento de artes no 10.º ano. O facto de saber dedilhar apenas duas ou três músicas era pouco relevante. Uma delas era precisamente aquela. Chegar à praia com o saco da guitarra às costas servia para colmatar uma falha tremenda na minha pessoa que é o facto de nadar mal e à cão. Assim, sem os fatos de licra dos surfistas ou do pessoal do body-board, eu tinha a minha mais-valia.
O Grande, do alto do seu metro e 98, também com cabelo comprido, ajudava à festa. O facto de ele - e só ele - achar que cantava bem, motivava-me a ir carregado de minha casa até à praia, uns 15 minutos a pé.
O facto de conhecermos o nadador-salvador da praia dava-nos mais algum estatuto. Todos juntos, éramos o "corpo de nadadores-salvadores da Praia dos Beijinhos" - mesmo não sabendo nadar -, como nos chamou uma senhora que foi a correr dizer-nos que estava um homem nas rochas a mexer no pénis. E lá fomos nós atrás do malvado que atentava contra o pudor. Não o encontrámos, mas ficámos com os pés cortados nos mexilhões.
Nós não tínhamos pés como o do sr. João, que todos os dias atravessava a ponte para abrir o bar da praia, um barraco azul. Aquilo eram cascos tremendos. Tinha as unhas dos pés mais temíveis da zona norte. Dizia-se que as usava para tirar lapas das rochas ou ir aos caramujos. Nunca foi confirmado. As mãos eram verdadeiros barrotes, que, um dia, ajudadas por uma pá que usava para segurar os panos das barracas, correu com dois gunas de Perafita, que cometeram o pecado capital: jogar à bola perto das barracas azuis e brancas. E a voz dava-lhe um toque de típico homem do mar, das histórias que preenchem o nosso imaginário: grossa e rouca.
Homem do mar que se preze, não se preocupa com horário das digestões. Por isso, não eram raras as vezes em que o almoço do nadador-salvador era à base de feijoada. Sem quarto-de-banho, pelo menos uma vez o nadador-salvador foi obrigado a pegar na prancha do ISN e afastar-se da costa para fazer a vontade aos intestinos. Não é bonito, mas é real...
*A Praia dos Beijinhos não deve o nome a qualquer pouso romântico. Chama-se Praia dos Beijinhos porque abundavam ali uma espécie de conchas minúsculas, raiadas, parecidas com as dos caramujos. Hoje, quase não se encontram, mas o nome permanece.
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Bambo
Evidentemente que este é apenas o primeiro passo e que outros despedimentos se seguirão, na Controlinveste e noutros grupos. Chocante, mesmo, é a quantidade de jornalistas do DN, JN e de outros jornais fora dos Oliveiras que produzem blogues de qualidade e com relevância no plano nacional e nem uma palavra sobre os 122 despedimentos na Controlinveste.
Afinal, que se lixe, é na província. O facto de a segunda maior cidade do país ter perdido referências como O Comércio e o Janeiro - uma sombra absurda do que já foi -, são coisas cá de cima. E perde agora a delegação do 24 Horas. E arrisca-se a perder o JN.
26 de Dezembro de 2007:
"Um post com conteúdo sobre conteúdos
O jornal O Jogo vai passar a produzir conteúdos para outros jornais da Controlinveste.
Nota prévia: O Jogo não produz conteúdos. Os jornalistas d'O Jogo produzem os conteúdos d'O Jogo. Se a lógica ainda imperasse, o justo seria dizer que os jornalistas d'O Jogo vão ceder, obrigatoriamente, o produto do seu trabalho a outras subempreitadas do grupo Controlinveste.
Está aqui a primeira consequência flagrante do novo Estatuto do Jornalista. Deixa de haver direitos de autor e passa a haver direitos de quem contrata o trabalho do autor.Segundo a notícia, este intercâmbio (?) vai ocorrer já no euro2008. É o primeiro passo. Depois, virão outras provas e eventos e vamos passar a ter uma espécie de mini O Jogo dentro do DN, do JN, do 24horas e, quem sabe, vamos começar a poder ouvir O Jogo, o DN, o JN e o 24horas na TSF.
Isto, até podermos ver O Jogo, o DN, o JN, o 24horas e a TSF num canal de tv que o grupo pretende lançar.Com esta "racionalização de meios" - que expressão tão na moda -, o que vai acontecer aos jornalistas "excedentários"? E aos recém-licenciados?
Como é possível ser o Manuel Tavares, jornalista antes de ser director d'O Jogo, a justificar esta medida?
O Capital, Karl Marx, Volume I, Secção 2:
O Processo de Produção de Mais Valia
"O produto, de propriedade do capitalista, é um valor-de-uso, fios, calçados etc. Mas, embora calçados sejam úteis à marcha da sociedade e nosso capitalista seja um decidido progressista, não fabrica sapatos por paixão aos sapatos. Na produção de mercadorias, nosso capitalista não é movido por puro amor aos valores-de-uso. Produz valores-de-uso apenas por serem e enquanto forem substrato material, detentores de valor-de-troca. Tem dois objectivos. Primeiro, quer produzir um valor-de-uso, que tenha um valor-de-troca, um artigo destinado à venda, uma mercadoria. E segundo, quer produzir uma mercadoria de valor mais elevado que o valor conjunto das mercadorias necessárias para produzi-la, isto é, a soma dos valores dos meios de produção e força de trabalho, pelos quais antecipou seu bom dinheiro no mercado. Além de um valor-de-uso quer produzir mercadoria, além de valor-de-uso, valor, e não só valor, mas também valor excedente (mais-valia)".
Ao contrário dos capitalistas - ou grupos económicos, chamem como quiserem -, a generalidade dos jornalistas faz sapatos por paixão aos sapatos. O novo Estatuto do Jornalista é o fim formal do Jornalista enquanto detentor da propriedade intelectual do que cria, para ser um sapateiro ao serviço dos grandes grupos económicos".
sexta-feira, janeiro 23, 2009
Quimonda
Quem não assinou, não renovou contrato.
A explicação era óbvia: Suprir gastos com os trabalhadores e diminuir as perdas de tempo de trabalho que existiam a cada mudança de turno. Tudo em nome da competitividade, claro.
A agora Quimonda ainda no mês passado era estruturante para a economia nacional. Por isso teve direito a uma ajuda de 100 milhões de euros do Estado português, mais algum do governo alemão e da empresa mãe Infineon.
Hoje, a empresa entrou em processo de falência.
Só pode ser brincadeira.
quinta-feira, janeiro 22, 2009
Hoje é assim
terça-feira, janeiro 20, 2009
Ah, o poder!
Desce
Concordo com tudo. Por mim, se há orçamento que não ratificava, era este.
Justiça Divina
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Tiro ao lado (Parte II)
Vamos então aguardar o fim do inquérito, relembrando que, por questões de coerência, quem considera - e bem - que à polícia não cabe julgar, não se transforme ele próprio em juiz.
No entanto, no seguimento de comentários que deixei no post anterior, gostaria mais uma vez de realçar a postura da Direcção Nacional da PSP em casos que podem estar relacionados com a qualidade do serviço policial.
Esta notícia de 2 de setembro de 2008 é um exemplo disso mesmo:
http://www.aspp-psp.pt/comunicacao.php?id=263
«Contactado pelo JN, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), considerou "preocupantes" os resultados conhecidos até ao momento. A começar pelas três mil candidaturas. "É muito pouco, se compararmos, por exemplo, com a década de 90, em que chegava a haver até 14 mil candidatos e, por vezes, 6000 passavam à última fase. Alguma coisa não está bem", afirmou.
(...)
«"Desta forma, poderá haver uma redução dos níveis de exigência e de qualidade para entrar na PSP, numa altura em que é preciso melhorar em todos os sentidos para responder aos problemas de segurança", argumentou o dirigente, explicando a pouca afluência de cidadãos como um "reflexo" da falta de condições que marca o quotidiano da Polícia. "Hoje em dia, ser polícia não é uma profissão atractiva. Vive-se em permanente risco de vida; não se trabalha com condições dignas e o salário é ridículo. É preciso uma política séria de segurança", concluiu Paulo Rodrigues.»
Ou seja, são os próprios polícias que se preocupam com esta questão. Do Governo e da DN da PSP nem uma palavra.
Como conclusão, deixo aqui um texto que me dei ao trabalho de bater, por não encontrar online, publicado na revista Focus de 28 de Dezembro de 2008, na rubrica Bilhete Postal:
"Pisar o risco
Paulo Rodrigues
Presidente da ASPP/PSP
Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Ser profissional da polícia é mais que uma profissão. É um modo de vida. Pelas restrições nos direitos de cidadania e pela natureza da missão que encarnamos. Temos um poder político que não reconhece a especificidade dos profissionais que integram a PSP e isso em nada beneficia as instituições ou a própria democracia. Das muitas reformas anunciadas ao longo dos anos, poucas são as que estão no terreno, as que beneficiam os cidadãos e as que tiveram em conta o contributo dos sindicatos nas reuniões com os diversos ministros da Administração Interna.
Este menosprezo constante dos profissionais da polícia assumiu contornos particularmente graves com este Governo: Desde a perda do poder de compra, dos descontos para o Sistema de Assistência na Doença, passando pelas condições de aposentação e pré-aposentação, até às condições laborais – dos meios e equipamentos às instalações – também a área da formação tem sido negligenciada. Defendemos uma formação constante, técnica e táctica, e na área das relações humanas. Por vezes, a intervenção de um polícia pode ter consequências socais gravíssimas. Viu-se há uns anos o que sucedeu em França e vemos o que acontece agora na Grécia. O paralelo entre os dois casos está na faísca que ateou o fogo: Tudo começou com uma intervenção policial. Também há muito que alertamos para a insatisfação crescente no seio da PSP, que o Governo teima em desvalorizar. Os polícias convivem com o risco, apenas pedimos ao poder político que não o pise, exigindo o respeito e reconhecimento que nos é devido".
À prova de tudo
Data de registo:
24-11-2008 0:00:00
Identificação de anúncio(se aplicável)
Listagem de entidades adjudicantes
Nome entidade adjudicante
Matosinhos Habit - MH
NIF 504597221
Nome entidade adjudiatária
502370351
A construtora de Pedroso Lda.
Objecto do contrato(descrição sumária):
Reparação de porta de entrada do edifício
Preço do contrato (Euro):
142.320,00 €
Prazo de execução (dias):
1
Local de execução:
Matosinhos
Apesar do preço, nota-se e louva-se o profissionalismo da empresa a quem foi adjudicada a tremenda obra, que concluiu num dia
quinta-feira, janeiro 15, 2009
122
Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e 24 Horas - que fica sem delegação no Porto.
Nunca sei o que dizer nestas alturas. Sei que há diversos factores que levam a isto: O Estatuto do Jornalista, a lei da Comunicação Social e a quantidade enorme de cursos de jornalismo, que, todos os anos, lançam num mercado inexistente, uma dezenas ou centenas de licenciados.
Tem toda a razão o Pedro Correia quando fala dos mortos, da saudade que deixam, do que nos levam com eles. E a saudade, que é uma coisa tão nossa, fica para sempre. Os que ficam cá que se aguentem à bronca, de levar com a saudade deles e com a vida de cada um nós.
Cada uma destas 122 pessoas desempenhava tarefas não no grupo Controlinveste, mas no Jornal de Notícias, n'O Jogo e no 24 Horas. E como eu meço os outros à minha medida, acredito que com cada um deles vai também um bocadinho dos títulos que morrem aos poucos de cada vez que estas coisas acontecem. Como eu trouxe um bocadinho de um outro título quando saí de lá, e esse - que morreu mesmo - continua bem vivo dentro de mim.
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Alerta catraias casadoiras!
O ideal são os casamentos entre católicos, pela igreja, claro, e de preferência como eram - mais flagrantemente - há umas décadas. A mulher fechada em casa numa enorme burka de cimento e/ou pedra, saindo só para ir à igreja com um lenço na cabeça, talvez para esconder a porrada que levava - e bem - do devoto marido, antes de voltar para casa e tomar conta dos filhos.
Claro que a superioridade civilizacional da igreja católica é flagrante. A distinção entre géneros é apenas um detalhe comum às duas religiões. E os mortos em nome delas. E a - falta de - razão cega. E... E... E...
Post - it: O sr. Soares, o tal da comissão para o diálogo inter-religioso não tem uma palavrinha a dizer?
Xutos - 30 anos
terça-feira, janeiro 13, 2009
Nós por cá
Somos tão grandes que até a Junta de Freguesia é diferente. Pensam que estamos nesta coisa da Internet como todas as outras? Nada disso. www.jf-lecadapalmeira.pt? Nada disso. www.junta.pt. É o nosso domínio e é muito bem.
E somos ainda convidados a votar nas sete maravilhas de Leça da Palmeira. Querem eles que "elega as sete maravilhas de Leça". Que estupidez. Leceiro que se preze recusa votar apenas em sete maravilhas, toda a gente sabe que tudo em Leça é maravilhoso e é manifestamente redutor elegar apenas sete...
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Concurso de quadras humorísticas no Dia de Reis
Viva o nosso dirigente
Seja sempre iluminado
Pela estrela mais fulgente
Temos todo o desejo
Não o podemos negar
Cantar para o ano as janeiras
Outra vez neste lugar"
sexta-feira, janeiro 09, 2009
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Futebol com causas
São casos cada vez mais pontuais e raríssimos os exemplos daqueles a quem a fama e o dinheiro não subiu à cabeça e ocupou a zona do cérebro destinada à sensibilidade social a troco de coisa nenhuma.
Há uns anos, Filipovic, talvez a treinar o Salgueiros, não tenho a certeza, e Drulovic, então a jogar no FC Porto, participaram em acções de luta contra o desmembramento da Jugoslávia pelas forças da NATO.
Exemplos raríssimos vêm também lá de fora, onde se destaca o italiano Cristiano Lucarelli que se divide entre os relvados e a causa socialista.
Ontem, em Espanha, Frederic Kanouté, internacional do Mali, deixou as cores do Sevilha e, para festejar um golo frente ao Depor, envergou a camisola da causa palestiniana.
Não quero aqui debruçar-me sobre a questão de Gaza. Não é difícil saber a minha opinião relativamente a Israel, mas considero importante esclarecer que em termos políticos, tanto os eternos aliados dos EUA como o Hamas me merecem o mesmo comentário: Não simpatizo com países, partidos, movimentos e tudo o mais que tenha a ver com religião. Se o Hamas é composto por fundamentalistas islâmicos, o governo de Israel é composto por fundamentalistas judaicos.
O que realmente me preocupa é o massacre de inocentes e a miséria - para mim a grande raiz do fundamentalismo islâmico - daquela gente de Gaza. E isso vai além da política e entra no campo do sentimento de humanidade, que há cada vez menos.
Ontem, Kanouté, jogador de futebol, goleou uma série de governos e governantes.
quarta-feira, janeiro 07, 2009
São ciclos
Neste ano - e no próximo, muito provavelmente - estamos todos desgraçados porque é preciso segurar os bancos, perdão, o sistema económico, e estamos em crise profunda. Para isso, vamos aumentar o défice e colocá-lo nos 3 por cento.
Quando passar esta crise, vamos voltar a estar desgraçados para voltar a baixar o défice.
Mas não desanimemos já a pensar como vamos desenrascar-nos a viver sem uma qualquer crise. Há-de vir outra crise depois da próxima para continuar a bater no mexilhão.
terça-feira, janeiro 06, 2009
O(s) Professor(es) da Nação
segunda-feira, janeiro 05, 2009
Tiro ao lado
O título era qualquer coisa como membro de organização assassina fortemente armada volta a matar, referindo-se ao PSP que disparou para um carro em fuga. A reacção do João Branco foi a quente, como o próprio reconheceu mais tarde, tendo em conta a morte de uma criança. Pego na posta original para constatar que a indignação do autor também é culpa da própria PSP.
Há sectores da sociedade que por birra, moda ou preconceitos ainda vêem as forças de segurança como obstáculos à democracia plena e à liberdade; outros, mais compreensivelmente, olham com desconfiança para os polícias, fruto dos anos de ditadura fascista em Portugal, em que PSP e GNR eram sinónimo de repressão.
Mais de três décadas depois do 25 de Abril de 74, a PSP não conseguiu ainda passar a mensagem de uma força de segurança humana, preventiva, com profissionais bem formados e capazes de dar resposta aos problemas dois cidadãos. O facto de até há pouco mais de uma década ter sido uma instituição militar fortemente hierarquizada, comandada por militares saídos fresquinhos das fileiras do exército, em nada ajudou a contrariar esta imagem transversal. Hoje mesmo, o director nacional da PSP é um ex-militar.
Pelo contrário, a aposta na repressão continuou - e continua - desta vez, no trânsito. Afinal, é o que dá dinheiro ao Estado. O primeiro reflexo de um cidadão comum que viaje de carro e veja um polícia na rua é o de ver se tem o cinto de segurança e isto ajuda a explicar o medo - em medidas bem diferentes das do tempo do fascismo - que ainda há em relação aos polícias; a ideia repressiva continua bem presente.
Só em 2002 passou a ser possível o sindicalismo na PSP e isso também ajuda ao atraso na face humana que uma força de segurança moderna e eficaz tem de ter. Programas "de proximidade" como o Escola Segura, o Comércio Seguro, o Maiores de 65 ajudam a mascarar uma insuficiência gritante no que diz respeito à efectiva proximidade da PSP em relação aos cidadãos.
Hoje, fruto de uma estratégia de comunicação inexistente na PSP, que continua achar que basta o peso do cargo que se ocupa para falar com o exterior, são os sindicatos a desempenhar o duplo papel de defensores dos interesses sócio-profissionais dos polícias e de defensores da instituição. São, muitas vezes, os dirigentes sindicais que explicam à opinião pública procedimentos, motivos e razões desta ou daquela intervenção. Não é o papel que lhes está destinado, mas têm de o cumprir, para que sejam compreendidos quando reivindicam e naquilo que reivindicam.
O reconhecimento público da necessidade de meios materiais e humanos na PSP deveria partir da própria hierarquia, mas o comprometimento político das nomeações impede-o. E assim continuamos a ter as cúpulas a esconder e os sindicatos a denunciar aquilo que a Direcção Nacional não faz, embora saiba que é verdade, para que se perceba que os profissionais só não fazem mais porque não podem.
Na GNR, a situação é ainda pior. Militares e está tudo dito. Interessa ao Estado, por motivos vários, ter uma força de segurança numerosa como a GNR fechada nela própria e sob o comando de generais, não de civis. Por isso continua a ser negado à GNR o direito ao sindicalismo, ainda que seja uma força de segurança com o mesmo propósito da PSP: a segurança pública.
É fundamental humanizar o rosto das forças de segurança. Se não o fazem pelas instituições e pela democracia, que o façam, pelo menos, pelos homens e mulheres que devem comandar e que todos os dias dão a cara pelas insígnias que representam.
sexta-feira, janeiro 02, 2009
2009 - Ânus (ainda mais) horribillis
Post it: Favor não ler a posta caso seja administrador de uma qualquer empresa de construção que beneficiará com os ajustes directos até cinco milhões de euros.