Já se disse quase tudo sobre o episódio miserável que envolveu o deputado socialista Ricardo Rodrigues. É um deputado do PS, eleito pelo círculo dos Açores que, ironia das ironias, foi incumbido da tarefa de intervir no Parlamento para criticar a suposta falta de liberdade dentro de um partido que não o dele, como aqui se pode confirmar, no célebre episódio da Lei da Rolha que os socialistas decidiram levar a plenário. Estamos a falar do deputado que roubou dois gravadores a dois jornalistas durante uma entrevista, sem sequer ter a inteligência de levar também a câmara de filmar.
O desnorte do PS, nos últimos tempos, tem sido evidente, principalmente para quem segue a Comissão de Inquérito ao caso PT-TVI, onde está também - ó, surpresa! - o deputado Ricardo Rodrigues. Outro socialista, Manuel Seabra, uma espécie de Ricardo Rodrigues em pequenino tem procurado seguir as pisadas do mestre, mas ainda tem muito que caminhar. Embora o seu percurso também seja curioso: De presidente da Câmara de Matosinhos durante breves instantes, saltou para chefe de gabinete de António Costa na Câmara de Lisboa e chegou a deputado eleito pelo Porto.
Voltando ao Ricardo Rodrigues, é o rosto de um PS que se perdeu e vive na sombra de alegadas perseguições ao amado líder, um partido para quem vale tudo na defesa dos interesses não do Povo que o elegeu, não do PS, mas do amado líder. E seguem-lhe o exemplo, aproveitando o sentimento de impunidade que grassa entre os membros daquele partido: De que vale tudo e não há consequências.
Francisco Assis, ao defender Ricardo Rodrigues, desceu ao mesmo nível do deputado açoriano. São estes os homens-fortes do partido que suporta quem nos governa. E é por isso que não se pode esperar muito mais desta gente.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
quinta-feira, maio 06, 2010
Do desnorte ao sentimento de impunidade vai um Ricardo Rodrigues de distância
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2 comentários:
Uma coisa que tem pouca a ver com o texto comentado mas que resolvo partilhar:
José Manuel afirma no Jornal a Bola " entre 2004 e 2010, o Leixoes gerou proveitos entre 16 e 18 milhoes, distribuidos pela venda de terrenos( 3 milhoes), televisao (4,5 milhoes), transferencias de jogadores(1,7 milhoes), Cepsa (1,5 milhoes), Galp (! milhao), Mar á mesa (600 mil), publicidade (750 mil ) protocolo c camara (1 milhao), quotas e bilheteira (3 milhoes). Nunca o clube recebeu tanto dinheiro. Como se explica que haja salários em atraso e que o presidente da SAD diga que se nao fosse o dinheiro dele o clube acabava?
Parabens pelo blog. Acompanho com interesse.
Caro anónimo: São questões interessantes para colocar numa AG do clube e, até, numa reunião da CMM. Abraço!
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