segunda-feira, maio 31, 2010

Da (in)acção e outras histórias

Confesso que não sei se estiveram 298.638 ou 307.672 pessoas na manif de sábado. Sei que foi uma mobilização impressionante de novos, menos novos, empregados, desempregados, funcionários públicos e do sector privado. Aliás, quando o desfile dos funcionários públicos terminou, vinham ainda muitos milhares de trabalhadores e desempregados do sector privado. Nas cores habituais destas andanças, destacavam-se um grupo de desempregadas de Paços de Ferreira, com bandeiras negras. Não, não tinham conta no Facebook nem faziam parte de qualquer causa criada para que possamos manter-nos de cu alapado sem a consciência pesada. Eram operárias da zona de Paços de Ferreira e, segundo as próprias, representavam a fome que por lá se sente.

A UGT, por outro lado, não vê fome, nem motivos para manifestações. Tal como a ministra do Trabalho que, por coincidência, pertenceu às fileiras da UGT. João Proença, o suposto sindicalista que mais útil tem sido aos Governos de direita do PS, não alinha nestas coisas. É a voz do dono que fala mais alto que a voz dos trabalhadores que continuam a ser enganados por aquela gente.

Foi uma jornada de luta gigantesca, que nem radicais vazios, entre bloquistas - que seguiram à margem do desfile, para não variar - e anarquistas conseguiram transformar numa batalha que pudesse desviar as atenções do cerne da questão: A grande resposta do Povo às medidas de austeridade impostas por PS e PSD. A luta saiu à rua e há-de ter eco, mais cedo do que tarde.

Post it: Agora que foi oficializado o apoio do PS a Alegre, será curioso ver os radicais pequeno-burgueses que desfilaram na cauda de manif de sábado marcharem de braço dado com Alegre e Sócrates, rumo à presidência da República. As máscaras de quem padece da "doença infantil do comunismo" vai caindo aos poucos.

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