quarta-feira, janeiro 09, 2008

(Des)Tratado

Está feito. O engenheiro falou e decidiu que não vai haver referendo ao tratado. É apenas mais uma promessa por cumprir, a juntar aos tão falados 150.000 empregos, que, soubemos hoje, estão com um saldo negativo de 19.000, entre criação e perda de empregos.

Dizer que o Tratado de Lisboa não é o Tratado Constituicional é chamar-nos estúpidos, mais ou menos como ontem o secretário de Estado da Segurança Social, que hoje o ministro Vieira da Silva veio desdizer e, afinal, vai pagar tudo de uma vez só aos reformados.

Poucos acreditariam na realização do referendo. Primeiro, porque ninguém espera que Sócrates cumpra o que diz, segundo, porque o Presidente da República também veio a correr pedir a ratificação no parlamento, em terceiro lugar, porque a nova presidência da UE também deixou o aviso ao Governo do país e, em quarto, porque a Merkel impõe respeito.

Ao contrário do que alguns querem já fazer crer, não são só os defensores do não que querem o referendo. António José Seguro não parece defensor do não, nem o CDS é a favor do não. É apenas uma questão de (falta) de carácter do Governo. Mais, parece-me que o Sócrates teve medo de ir às urnas e efeito França atemorizou-o. Em França, o Tratado foi chumbado em referendo, também, como alerta às políticas internas, algo que Sócrates sabe que não pode referendar, sob pena de sair vergado a uma pesada derrota, que lhe arruinaria o ego, mais do que a carreira política.

Há dias publiquei aqui como era o PS em 2000. Hoje, está tudo esquecido.

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