Quando entrei na redacção d'O Comércio, já lá vão sete ou oito anos, as primeiras coisas que o Rock me ensinou - e que criou em mim um hábito que mantenho até hoje - foi que a primeira coisa a fazer quando se chega ao jornal é ler os jornais do dia. Hoje, é preciso ler os jornais do dia, dar uma volta pelos sites e, de preferência, ouvir os noticiários da manhã na rádio, para além da Sic Notícias e, se houver tempo, a RTPN.
Outra das coisas que aprendi foi que o trabalho de um jornalista é, também, pôr os intervenientes na notícia a falar correctamente. Pode não parecer, mas é um contributo importante para os leitores externos, chamemos assim, e para aqueles que citados entre aspas na peça.
É, por vezes, um desafio tremendo para os jornalistas que cobrem desporto. Não só, mas também para eles. Não é fácil pôr alguns presidentes, treinadores e jogadores e falar português correcto. Vem isto a propósito de uma notícia da Lusa que está online no Sol, onde pode ler-se que um responsável de um sindicato afirmou que a greve tem uma adesão "superior a 100 por cento".
Daqui, para além do lapso ou ignorância do sindicalista, podemos confirmar o lapso ou a ignorância do jornalista e do editor. Ou então, uma tremenda sucessão de mal-entendidos. Ou, como disse mais lá para baixo, anda mesmo tudo a nanar.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Do jornalismo
tags e tal:
media
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário