terça-feira, outubro 31, 2006

À espera que a Zita Se abra

A agora deputada do PSD esteve ontem no programa "Prós e Prós", da RTP. Confesso que não vi. Não tenho grande paciência para a Zita Seabra. Vi umas imagens de 1982, acho eu, com a deputada a defender o direito ao aborto, então na bancada do PCP.

Hoje, aparece do outro lado da barricada, como defensora incondicional dos que são contra a IVG.
Vi e ouvi a sua intervenção na Assembleia da República, quando o PS propôs um referendo que Sampaio chumbou. Tem fraca argumentação e não parece segura no que diz. Dá ideia de ser apenas um porta-voz de uma ala social-democrata que não quer dar a cara. E o papel fica-lhe mal. Parece que esconde alguma coisa, ou que não diz o que pensa e tem um enorme trabalho para pensar no que diz.

É pena. Fico à espera que a Zita Se abra...

Ministra do Diálogo

Maria de Lurdes Rodrigues quebrou o protocolo e acedeu a participar numa reunião informal, extra-agenda, com alunos que protestavam à porta de uma escola de Vila do Conde. Ao contrário dos professores, que andam há que tempos a penar por serem ouvidos pela ministra, os alunos tiveram mais sorte.

Não sei qual terá sido a reacção de Sócrates, que já fez questão de afirmar que ignora os protestos, numa espécie de birra que berra mais alto do que as reivindicações dos docentes; fazendo doer os ouvidos à opinião pública em geral e a alguns sectores do partido do Governo em particular.

Desconfio das verdadeiras intenções das ministra. Talvez estivesse à espera de encontrar meia-dúzia de "baldas" que aproveitaram a deslocação da responsável pela educação em Portugal para não terem aulas. Parece que não foi bem assim.

Por outro lado, os professores tiveram um azar enorme. Logo num dia em que não acompanharam a agenda da ministra, ela decidiu encontrar-se com uma delegação dos manifestantes. Será que a ministra tem medo de argumentar com os professores? Será que só recebe delegações de contestatários às segundas de manhã?

Mas nem tudo foi mau. A ministra acabou por dar a mão à palmatória e revelar aquilo que as aulas de substituição não devem ser.
Por outro lado, também não disse o que devem ser.
O impasse continua. A luta dos professores, alunos, pessoal não docente e pais também.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Por falar nele...

Nem de propósito. O comentador de tudo e todos, Luís Delgado, na sua coluna de opinião no Diário de Notícias, sob o título "Decomposição de Fidel", brinda-nos com algumas pérolas históricas. Este homem sabe tudo. Desde política a história, passando por tácticas militares, economia e finanças.

Logo no terceiro parágrafo, o comentador polivalente avança com acusações que têm como base, segundo o próprio, uma biografia não autorizada, da autoria de um jornalista francês.

"...foi afastando ou eliminando todos os que a seu lado lutaram, de Camilo Cienfuegos a Che Guevara.". Afastado será, alegamente, Ernesto Guevara de La Serna, o argentino internacionalista que, depois de consumada a revolução em Cuba, partiu numa demanda para África, onde constatou o evidente: Era, e é, um continente repartido por fronteiras estabelecidas de acordo com os interesses colonizadores. Por isso, a divisão de tribos em lados opostos das linhas dos mapas, acabou por banalizar as guerras num continente riquíssimo. Mas isso é um lugar-comum.
Deduz-se, portanto, que o "eliminado" terá sido Camilo Cienfuegos. No mínimo surreal.

"Fidel Castro foi a maior mentira do século, mas alimentada por uma elite europeia e latino-americana que se devia envergonhar, por uma vez, da cobertura que foi dando, e ainda dá, a um ditador cruel que destruiu um país e reprimiu milhões de cidadãos.". Talvez. Talvez o Homem nem tenha pisado a lua. Talvez o Bush não tenha vencido as primeiras eleições. Talvez o Santana Lopes tenha sido um bom chefe de Governo. Talvez a retoma esteja mesmo aí.

O que não levanta grande discussão é que Cuba, para um país destruído, tem um sistema de saúde que faz inveja ao construído Portugal. O sistema educativo idem. As liberdades pessoais e colectivas são discutíveis é certo.
Mas, e há sempre um mas, Luís Delgado devia provar factualmente o que era bom em Cuba no tempo de Fulgêncio Baptista. Como era a liberdade de expressão, a liberdade sindical e a pluralidade partidária. Entre outros.

By The Way...

Os caminhos escolhidos são sempre os correctos, mas nem sempre os melhores.

Uma frase daquelas poéticas, ambíguas, mas fica bem e parece cheia de sabedoria, embora possa dizer coisa nenhuma. É mais ou menos uma especie de Luís Delgado, mas em frase. Ou de Pacheco Pereira, mas sem barba.

É a minha estreia no mundo do Blogger.com, depois algumas tentativas noutros mundos que ficaram sem efeito, por falta de tempo e paciência.

Mas hoje é segunda-feira e apetece-me escrever, por isso, pelo menos até amanhã, isto deve estar no ar.