segunda-feira, fevereiro 13, 2012

JN da Armada ou o 31 do JN

O 31 da Armada ficou incomodado com a dimensão da manifestação de sábado, o que é, por si só, um feito que me agrada bastante. Sem o feriado do 5 de Outubro para brincar à monarquia, os trintaeuns ficam com mais tempo para se dedicarem às contas das manifes. 

O tempo passa e a história fica. No tempo de Sócrates, no auge da moda dos indignados e quando a direita dava pulinhos de alegria com a mais que previsível vitória do PSD numas eleições que estariam bem próximas, o 31 via coisas deste género:

Suportado por 20 segundos de imagens do Jornal de Notícias, sem referência a horas, no sábado, o 31 da Armada, na era Cavaco-Portas-Passos, só viu isto: 

Confesso que não leio o 31 da Armada e só lá cheguei por um link do Facebook. Mais. Para ler o 31 da Armada basta-me passar os olhos pelos media mainstream.


No entanto, para ajudar às contas, aqui fica:

e mais...


E, para terminar, pode o 31 pegar nas contas, no JN e ir para junto de todos os piegas deste mundo.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

UG Quê?*

No mês passado assistimos ao mais violento retrocesso social em matéria laboral de que há memória. João Proença, voz do dono da UGT – sim, do dono da UGT – fez o triste papel de representante dos trabalhadores. De quais, ninguém sabe ao certo.

Sabemos, sim, que a “vitória” conseguida por Proença e pela UGT dar-nos-á tudo aquilo que, ao longo de décadas, fizemos por perder, algumas ainda no tempo do fascismo. A meia-hora que a UGT alega ter vencido cai em saco roto quando pensamos no banco de horas que estará sujeito à discricionariedade do patrão. Mais a facilidade dos despedimentos, mais tudo aquilo que consta em 52 páginas em que apenas a redução de direitos laborais é factual. O resto é uma declaração de intenções. 

A UGT cumpriu o papel que lhe estava estabelecido desde a sua fundação, apadrinhada por Mário Soares e pelos interesses norte-americanos, e que, ao longo dos anos. Enganou os trabalhadores, colando-se a eles na Greve Geral por mero interesse político, e cauciona um acordo inenarrável para qualquer pessoa com dois dedos de testa. Aliás, enquanto a UGT tentava justificar o injustificável com o memorando da Troika, que o partido do qual Proença faz parte assinou, o primeiro-ministro dizia que o acordo tinha ido além do memorando. Depois vieram os elogios dos comentadores do regime e dos patrões do governo.

Se é verdade que as atitudes de Proença e da UGT já não surpreendem, o facto de ainda haver trabalhadores que se vejam nelas representados é, para mim, um mistério.



*Publicado originalmente na edição de Fevereiro do Notícias de Matosinhos

terça-feira, fevereiro 07, 2012