domingo, julho 08, 2012

Democracia e censura*


Já está. As eleições para a concelhia de Matosinhos e da distrital do Porto do PS decorreram com toda a normalidade. Por entre mensagens intimidatórias oriundas dos aliados do presidente da Câmara até vidros partidos, carros vandalizados e “militantes” que já não o são mas que continuam, como que por mistério, a ser contactados para irem votar de cada vez que há o circo, perdão, o ciclo eleitoral, há de tudo, como na farmácia.

Pode ser que, agora, os responsáveis pelo concelho possam ter algum tempo para tratarem daquilo para que foram eleitos, se não for pedir muito, e se sobrar algum tempo, depois das inaugurações de fachada para “militante” ver.

Faz lembrar o PS nacional, que continua sem tempo para política e preso no seu labirinto, a recolher cacos dos anos de Sócrates: entre a conivência com o pacto de agressão do FMI e a violência das suas abstenções.

Daí o incómodo do PS – mais acentuado que o incómodo do governo – com a moção de censura apresentada pelo PCP. É um problema para o PS ter de censurar o governo sabendo que, se fosse governo, fazia o mesmo que Passos Coelho.

*Publicado originalmente no jornal Notícias de Matosinhos

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