domingo, fevereiro 14, 2010

Das liberdades

Vai por aí uma enorme confusão. Depois do que foi divulgado nas duas últimas edições do Sol, estourou uma polémica que até já conseguiu a proeza de juntar numa manifestação alguns dos rostos que, na blogosfera e não só, mais debitam e debitaram contra o direito de manifestação dos trabalhadores. A vida dá mesmo muitas voltas...
Parece-me que importa distinguir, mesmo nas discussões mais inflamadas, o que é liberdade de imprensa e liberdade de expressão. E sim, as duas estão em causa. Mas não é de agora.
Há muito que a liberdade de expressão está condicionada.
Muitos dos que agora se mostram preocupados com ela estiveram na linha da frente dos ataques à liberdade de expressão, não na minha liberdade de dizer o que bem entendo, onde entendo e como entendo: A liberdade de expressão começou a ser condicionada com os entraves legislativos às manifestações, nos condicionamentos do direito ao protesto. A liberdade de expressão é posta em causa todos os dias nos limites à liberdade sindical dos trabalhadores que não se sindicalizam com medo de represálias, ou nos que não autorizam o pagamento da quota directamente do salário para que os patrões não saibam que são sindicalizados. A liberdade de expressão está condicionada nas faculdades e nas escolas com a perda de participação dos alunos nos órgãos respectivos.
A liberdade da imprensa é outra coisa e, surpresa, também está condicionada e não é de agora. Está condicionada, por exemplo, na ingerência das administrações nas redacções, na precariedade laboral que afecta os jornalistas e no estatuto do jornalista. Aliás, no estatuto do jornalista está também colocada em causa o direito à informação do leitor, com a transferência da propriedade intelectual do jornalista para o grupo económico detentor do título. Na prática, assistimos à imposição da interpretação única dos factos em vários títulos, que teve um exemplo claro, há dias, com a publicação mesma reportagem do enviado especial da Controlinveste ao Haiti no DN e JN.
Nada do que hoje se passa é novo. Aliás, há uns dois anos, quando 50.000 militantes do PCP se manifestaram contra a degradação da Democracia, quase ninguém nos media reparou nisso.
Sejamos objectivos: Nem tudo foi mau na divulgação das escutas. Pelas páginas do Sol, ficámos a saber que há jovens jornalistas a fazer perguntas incómodas ao poder. E esse é o maior elogio que lhes pode ser feito.

2 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

Pergunta:
Das 10 freguesias que compõem o concelho de Matosinhos, nas Assembleias Municipais
poucos são os presidentes de junta que estão presentes…
Porquê a ausência?
Não acham que deveriam estar todos presentes?


Saudações Marítimas
José Modesto

JOSÉ MODESTO disse...

Repto:
Exmº Senhor.
Presidente da Assembleia Municipal de Matosinhos
Eu José António Terroso Modesto venho apresentar a Vª Exª a seguinte:
MOÇÃO:
É com enorme satisfação que pude constatar que aquando da realização das Assembleias Municipais que Vª. Ex.ª. Preside, a bancada do Partido que Vª.Exª.
representa, pauta-se pela chamada pontualidade Britânica, (existem poucas excepções),perdoe-me esta comparação o facto é que ela se faz.
Infelizmente, alguns deputados eleitos pelos Matosinhenses teimam no não cumprimento de horários, nalguns casos inclusive a sua ausência.
Este facto traduz uma significativa diminuição do peso político do nosso Concelho, não dignificando em nada a nossa Democracia, ao mesmo tempo desprestigiando o Hemiciclo
ao qual V.Exª.Preside.
Relembro que a presença dos Presidentes das nossas Freguesias deveria ser obrigatória.
Não existindo o chamado relógio de ponto, tão necessário as referidas Assembleias, venho por esta forma manifestar o meu repudio e lamentar que os nossos deputados (alguns) não cumpram os horários estabelecidos para o acto do qual V.Exª. Preside e Convida.

Saudações Marítimas
José Modesto