quinta-feira, fevereiro 11, 2010

(Isto não) É a Economia, estúpido!

Sinteticamente, há três formas de combater um défice, seja ele qual for: Aumentar as receitas, diminuir a despesa ou as duas coisas.

Assim, comecemos então pela problemática dos salários:
São baixos. Não reflectem o valor de riqueza que produzem. Portanto, a fatia das mais-valias criadas há-de estar em algum lado, uma vez que não reverte para quem produz a riqueza. Por isso, este problema ficaria resolvido com um contributo maior de quem fica com a fatia de leão para o combate ao défice.

Se pegarmos nos lucros da banca, por exemplo, e verificarmos qual dessa fatia reverte para o Estado, veremos que é percentualmente menor do que o que o comum do cidadão paga. Mais não fosse, o IRC para a banca é de 9,0%.

Voltando à produção. De que serve produzir se, fruto dos baixos salários, não há quem compre? Para que servem os fundos de investimento das MPME's se não há quem pague o valor que geram? A contenção salarial é um caminho que já ouvimos há 30 anos e já provou estar errado, de outro modo, não estaríamos ainda hoje a falar da mesma coisa.

A receita também poderia ser aumentada se não houvesse privatizações. Sim, são um encaixe financeiro a curto-prazo, mas esgotam-se. E sejamos claros: Que empresário mostra interesse em algo que dá prejuízo? Nenhum. Logo, o Estado abdica de receita em favor de privados. Receita essa que seria fundamental para a sustentabilidade das contas públicas a médio e longo-prazo.

No entanto, o problema parece-me ir bem além do défice. Estamos a falar de um modelo económico - com as repercussões óbvias no modelo social - mais do que esgotado. As crises cíclicas serão cada vez mais e mais frequentes. Reparemos que, depois da crise da banca, nada foi feito para controlar a mão invisível que acabou amparada pelo colo dos Estados. Nada. Dizia um economista, no início da crise - e não, não leva aspas porque não é ipsis verbis: No crash dos anos 20, os gestores suicidavam-se, hoje pegam no dinheiro das garantias bancárias e vão de férias. E é a verdade. Há inúmeros casos de empresas onde o Estado não investe, porque não têm sustentabilidade, deixando cair os trabalhadores no desemprego. E que sustentabilidade tem esta sistema bancário?

Que modelo económico é este que não serve quem tem de servir? Um modelo económico que só pede mas nada tem para oferecer não pode ser perpetuado. É a negação do que é a Economia enquanto ciência. E não, este modelo não é o fim da História.

2 comentários:

JOSÉ MODESTO disse...

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE MATOSINHOS
11 FEVEREIRO 2010.

CULTURA-PATRIMÓNIO e ATROPELO...

ANTÓNIO NOBRE:

Na praia lá da Boa Nova, um dia,
Edifiquei ( foi esse o grande mal)
Alto castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli e coral!

1º - Numa época em que as alterações climáticas são permanentemente constantes...a subida dos oceanos é inevitavel.
2º - Numa altura em que a prioridade das autarquias servidas pela nossa orla marítima, apontam para a sua preservação e não construção.
3º - Sabendo que o nosso MONUMENTO NACIONAL "O SALÃO DE CHÁ DA BOA NOVA" se encontra a norte da pequena praia ali existente.

A nossa autarquia (todos) aprova a construção de um bar DENTRO da PEQUENA PRAIA... DENTRO DO PEQUENO AREAL ALI EXISTENTE, limitando assim os nossos banhistas que ali encontravam a sua pequena área de lazer.
Curiosamente a norte do Farol da Boa Nova uma extensa área de terreno completamente livre para se fazer essa construção.

Uma chama de atenção a volumetria do mesmo bar.

Saudações Marítimas
José Modesto

JOSÉ MODESTO disse...

Repto:
Queremos que o Centro Histórico de Leça da Palmeira seja requalificado, e que seja um estimulo ao emprego, à habitação para jovens, á hotelaria, à restauração, aos ateliês artísticos, às oficinas de artesanato, às escolas e lojas de desportos náuticos, consultórios médicos, agências de navegação, afinal Leixões é Porto de partida e entrada.

Saudações Marítimas
José Modesto