As medidas anunciadas pelo Governo, através do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Justiça, são as mesmas há anos. Os 150 novos inspectores da PJ são os mesmos que há dois anos são anunciados, da mesma forma que os 4.000 novos elementos da PSP e da GNR incluem os 2.000 que estão já ao serviço e terminaram o curso em 2007. Os outros 2.000 entrarão em funções no final de 2009, já depois do final desta legislatura.
A título de exemplo, no site do MAI é avançado o seguinte em relação às novas armas, que o MAI continua a anunciar:
"Calendarização: 9 750 armas até 30 de Novembro de 2007; 7 000 a 9 000 em 2008, 2009 e 2010 e o restante em Junho de 2011 (para perfazer o total de 42 000 armas). Em 2012, o Estado pode adquirir até mais 8 000 armas".
Até hoje, as novas Glock ainda não chegaram à PSP.
No que diz respeito aos milhões (68) anunciados pelo MAI para investimento em novas instalações, inscritos na Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de Segurança, convém recordar que, segundo o ponto 2 do Artigo 6.º, o investimento será efectuado à custa da venda do património das Forças de Segurança, ou de parcerias com outros organismos e instituições.
Daqui, podemos esperar protocolos com Juntas de Freguesia e a CP, como de resto sucedeu em Rio Tinto, em que a nova esquadra de investigação criminal ficou alojada no edifício da antiga estação ferroviária, tendo os profissionais da PSP de interromper o trabalho de cada vez que passa um comboio. Ou aberrações como a inauguração de esquadras de atendimento em contentores, como aconteceu em Leça da Palmeira, com a presença do próprio ministro. Ou como a abertura da esquadra de Corroios numa rulote.
No que diz respeito aos acontecimentos dos últimos dias, com a invasão da esquadra de Moscavide, importa referir, para além da evidente descoordenação entre a Direcção Nacional da PSP e o MAI, que é um facto que há várias esquadras que trabalham apenas com um elemento, quer seja noite ou dia. Esta foi uma situação que se agravou com a reestruturação das áreas afectas à PSP e à GNR e com a centralização de meios em algumas "super-esquadras", dispersando depois elementos pelas diversas esquadras de entendimento.
Ainda sobre os muitos milhões que o MAI diz ter destinado às forças de segurança, era importante, se calhar, tirar dessa verba gigantesca uns 20 ou 30 euros e comprar coletes reflectores para um comando de polícia do país, em que são os próprios agentes que os compram, uma vez que a instituição não os fornece. Digo eu...
Sem comentários:
Enviar um comentário