O Daniel Oliveira, que era há uns tempos a vanguarda da esquerda
livre e democrática na blogosfera, não percebe como é que o PCP pode
começar um congresso a uma sexta-feira, sendo um dia de semana. Ou
melhor, percebe e conclui:
"Só de uma forma: se uma parte significativa desses delegados
trabalharem para o partido, forem eleitos para cargos políticos com
disponibilidade a tempo inteiro ou forem assalariados de organizações
que lhe são próximas".
Há muita coisa que o Daniel Oliveira não percebe, mas, centrando-me apenas nesta, eu explico:
É possível começar com o exemplo da Festa do Avante!. Como podem os
comunistas construir uma evento político, cultural, artístico daquela
dimensão? Pela lógica do Daniel, seria através de funcionários do
Partido ou de organizações que lhe são próximas. Qualquer pessoa que
conheça a Festa do Avante! sabe que tal seria impossível. Então, como se
faz?
Chama-se militância. É encarado como dever dos comunistas logo que
aceitam o Programa e Estatutos do Partido. Eu utilizo dias de férias
para ajudar a construir a Festa do Avante!, como fazem centenas de
outros camaradas meus. Da mesma forma, muita gente utilizou um ou mais
dias de férias para poderem estar no XIX Congresso.
Parecerá estranho ao Daniel que o tempo de cada um seja utilizado da
forma que pretende, no caso, para participar num acto de cidadania que é
a militância política activa?
Explica-se assim, de forma simples, uma mentira absoluta tida como verdade certa pelo Daniel.
Já agora, como foi possível organizar tantas assembleias e reuniões
para que fossem discutidos o programa, estatutos e teses? Eu explico
também. Por milhares de trabalhadores, estudantes, reformados que
consideram importante estar na discussão do que queremos que seja o
Partido.
Não era preciso ser muito inteligente para perceber isto. Mas estamos a falar do Daniel Oliveira.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
quarta-feira, dezembro 12, 2012
O Daniel não percebe
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