Momo é um nome que atravessa os tempos, desde a Grécia Antiga, passando por Roma, até tempos mais recentes. Há dois séculos surge em Espanha e na América Latina, mais precisamente na Colômbia; no século XX, chega a Espanha, para ser adoptado pelo Brasil. Momo passou de deus mitológico a rei do Carnaval.
Na Colômbia, em Barranquilla, a personagem permanece até aos
dias de hoje. É o rei da folia, que, nos três dias de festa, tinha como função
permitir a desordem carnavalesca.
Nos dias que correm, o papel de Rei Momo cabe ao poder
político, personificado em Miguel Relvas, que decretou que o Carnaval não seria
feriado. O Rei Momo não cumpriu o seu papel mas, nestas coisas da democracia, o
povo ordenou e brincou ao Carnaval tão a sério como já não se via desde os
tempos de Cavaco, quando este ainda não se intimidava com manifestações de
perigosos alunos da António Arroio.
Em Matosinhos, Guilherme Pinto, em jeito de Príncipe Momo,
seguiu a voz do ministro alegando que o concelho não tem tradições de
carnavalescas, não concedendo tolerância de ponto aos trabalhadores da
autarquia. Ora, o presidente da Junta da Matosinhos fê-lo, cometendo, partindo
do princípio que Guilherme Pinto tem razão, uma ilegalidade.
Formalismos à parte, que isto é coisa para ficar resolvida
depois das eleições para a Concelhia do PS de Matosinhos, certo mesmo é que
Príncipe Momo não deu folga aos funcionários autárquicos mas foi, ele próprio,
ao desfile carnavalesco de S. Mamede de Infesta. Certamente em representação
dos mesmos.
* Publicado no jornal Notícias de Matosinhos
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