Hoje já não é assim. A rua exige cuidados quando a atravessamos, às vezes nem a passadeira nos safa.
Santana Lopes estendeu uma passadeira que permitiu a Sócrates atravessar as eleições com uma maioria absoluta que lhe deixou um enorme campo de manobra. De mão dada com a Imprensa, Sócrates foi fazendo e desfazendo o que bem entendeu, da forma que melhor quis, deixando apenas a alternativa da rua para a contestação.
Sócrates não tem medo das ruas. Tendo em conta o seu passado político, não sei se alguma vez teve.
Ontem, nas ruas, perto de 250.000 pessoas manifestaram-se.
Para Sócrates, podiam até ter sido 1.000.000.
A constante desvalorização do governo em relação às manifestações não cansa os portugueses. Acredito que lhes dá mais força. Mas é um caminho perigoso.
Desvalorizar as formas democráticas de descontentamento contra seja o que for, é empurrar quem protesta para outros modos menos convencionais, até que sejam ouvidos e respeitados por quem tem o dever de respeitar quem representam.
A luta continua!
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