quinta-feira, março 28, 2013

É tudo vergonha?

Não, não haverá aqui uma linha sobre a entrevista de ontem a um ex-Primeiro Ministro. Não a vi, não me apeteceu. A voz do personagem irrita-me tanto como a do Vítor Gaspar, com a diferença que o Vítor Gaspar eu tenho de ouvir, porque ainda é ministro.

É vergonha, sim. O PSD de Matosinhos tem vergonha do PSD. Eu também teria, se fosse do PSD. Por outro lado, não seria do PSD, se tivesse vergonha. Vamos andar com isto, sem
descambar para a filosofia.



O PSD de Matosinhos demarca-se visualmente do PSD. Percebe-se a jogada: tiram-se as setinhas e o partido das setinhas deixa de estar ligado a uma governação miserável do país, na linha da anterior. Mais: faz-se de conta que o Guilherme Aguiar, vereador da Câmara Municipal de Matosinhos, não foi eleito pelo PSD de Matosinhos e que não é militante do PSD.

Facebook do PSD de Matosinhos
Faz-se de conta que o PSD não esteve ao lado do executivo do PS na Câmara Municipal, com dois vereadores que andaram de braço-dado com Guilherme Pinto. Faz-se de conta que, depois de ter espalhado outdoors pela cidade contra a municipalização dos estádios do Leça e do Leixões mas aprovou, na Assembleia Municipal, a entrega de milhares de euros à SAD do Leixões. Euros que são de todos nós, dos contribuintes.

Arruada do PSD
Não há setinhas no PSD de Matosinhos. A tentativa de descolagem do actual candidato em relação ao PSD e ao governo pode ser muita coisa, mas não é honesta e mostra um partido com duas caras. Com duas caras, sim, como sucedeu na discussão em torno da redução das freguesias: num fim de tarde estava acordada com todos os partidos e um movimento uma moção contra a extinção de freguesias e, na noite seguinte, absteve-se.


Já na carta enviada há uns meses a todos os munícipes, Pedro Vinha da Costa, esqueceu-se do logótipo do PSD. A tentativa do PSD para branquear políticas e não só, só passará despercebida a quem anda mesmo muito desatento. Podem tirar o logo do PSD a uma candidatura, mas não conseguem tirar as nódoas de um partido que, na autarquia como no país, ajudou a dar grandes passos em frente. Rumo ao abismo.




Falta a alegria laranja de outras campanhas, com a caravana de jovens arregimentados para aplaudir, como em 2009, quando andavam com Guilherme Aguiar ao colo. Falta também a vergonha de não ter vergonha de representarem aquilo que são: o PSD.

Um doce para quem encontrar o logótipo do PSD em acções de campanha realizadas até agora em Marosinhos.

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