No plano de acção do MAI de combate à criminalidade que está a diminuir, pergunto:
As 9.000 armas de que o ministro fala são as mesmas que deviam ter sido entregues até 30 de Novembro?
As Unidades Especiais de Polícia não são isso mesmo - unidades especiais - pelo que não devem ser usadas de forma recorrente no patrulhamento, correndo o risco de descaracterizar o propósito para que foram criadas?
Quando o ministro fala em geo-referenciação, está a referir-se ao programa Táxi Seguro, que nem todos os taxistas têm porque são eles próprios a comprar o dispositivo? E, já agora, antes de alargar a outros sectores de actividade, não seria conveniente dotar os próprios veículos da Polícia com esse sistema?
Quem pode, com toda a certeza, definir o que é uma arma não letal?
A reforma das Polícias Municipais não vai agravar o problema de sobreposição de tarefas entre a PSP, a GNR e as Polícias Municipais?
Para além disto, o Governo, que quer uma polícia pró-activa e preventiva, faz papel de bombeiro para combater um tipo de crime que até está a diminuir. Avança com um pacote de medidas que, depois de uma leitura mais ou menos atenta, permite-nos verificar que a maioria delas estava já prevista no orçamento e no plano de acção do MAI.
De fora, mais uma vez, ficam os direitos sócioprofissionais dos profissionais da PSP, retirados ao longo dos últimos três anos, entre outros por que ainda lutam: continuam sem horário de trabalho; com material obsoleto; a trabalhar em contentores que o próprio ministro inaugura; sem pré-aposentação; aumentos nos descontos do SAD/PSP - subsistema de saúde da PSP; e muitas outras coisas.
Também nesta área o Governo continua a reformar e a anunciar medidas sem ter em conta o essencial para que qualquer medida funcione: o seu capital humano.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
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