Foi ontem a votação do Orçamento de Estado, na AR, aprovado pela maioria do Partido Socialista. Só.
Não merece grandes comentários, o descontentamento generalizado diz tudo.
Mas as palavras do ministro Manuel Pinho têm o condão de surgir sempre nas piores alturas. Depois do decreto do fim da crise, que afinal era só para animar a malta, veio dizer que os 40 e tal mil portugueses que conseguiram novos empregos devem estar felizes.
O ministro esqueceu-se, no entanto, que os números do desemprego são comparados por trimestre. Ou seja, não pode dizer-se, com rigor, que houve um decréscimo do desemprego sem comparar ou primeiro trimestre do ano anterior com o primeiro deste ano, e por aí fora. É, no mínimo, má fé, comparar o segundo com o terceiro trimestre, que engloba os meses de Julho Agosto e Setembro, época do ano em que o trabalho sazonal tem o seu pico.
Mas, no dia seguinte às declarações do ministro, a LEAR de Valongo anunciou que vai fechar e vão para a rua mais de 500 trabalhadores.
Manuel Pinho começa a provar que faz os melhores discursos quando está calado.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
1 comentário:
Ó Manuel Pinho,
Mais vale estares calado,
Porque assim que abres a boca,
Está o caldo entornado.
Está o caldo entornado,
Porque queres, pois então,
Que se estivesses calado,
Não criavas confusão.
Viva o São Martinho, mas o MAnuel Pinho não.
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