Hoje é dia grande. Estou a ver em directo, na Sic Notícias, o ministro dos negócios estrangeiros da Eslováquia a cumprimentar o Sócrates.
Ao mesmo tempo, decorre a maior manifestação dos últimos 30 anos em Portugal. Alguma coisa sobre isso neste canal? Sim.
Logo no final da manhã, surgiu na tv um Ricardo Costa em estado orgásmico a anunciar que os parceiros sociais tinham chegado a um acordo sobre a flexissegurança - e não flexigurança ou, pior ainda, flexisegurança.
Anunciou o acordo - só não bateu palmas - e partiu para o condicionamento da gigantesca manifestação da CGTP. Que a Inter estava isolada em Portugal e na Europa e uma série de outras coisas.
Acho que o Ricardo Costa não conseguiu despir a pele de comentador-editor-director e exagerou nas funções de jornalista, que, penso, era a que deveria estar a desempenhar no momento.
No entanto, a verdade é que não foi assinado qualquer acordo sobre a flexissegurança em si, mas sim um acordo de princípio para a discussão da flexissegurança. E, para quem considera que a fonte CGTP não é credível, o presidente da CIP (patrões) veio afirmar o mesmo.
Depois disso, a Sic Notícias passou uns breves minutos pela cabeça da manif, por volta das 14h30, para dar a palavra a Carvalho da Silva. Mais? Nada.
17h30
Ligou a minha mãe. Está em Lisboa, na Manifestação. Só a esta hora saiu do ponto marcado para o início do desfile.
Tendo em conta o percurso, posso chegar a uma conclusão:
O Comando Metropolitano da PSP de Lisboa não sabe contar. Não soube contar no dia 1 de Outubro, quando divulgou que estavam no Parque das Nações entre 700 a 800 polícias, numa manifestação.
Errou por cerca de 3.200.
Hoje, o mesmo Comando Metropolitano da PSP de Lisboa anuncia 150.000 manifestantes. Eu aposto para 250.000 pessoas. Um quarto de milhão de pessoas.
Conclusão:
Ena! Tantos comunistas!
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e... a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, (...) privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos» José Saramago - Cadernos de Lanzarote
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